CENA: Palco com pernas cenográficas. Entram os atores e o músico cantando e realizando uma coreografia.
MÚSICA: UM... DOIS... TRÊS...
No tempo de outro tempo
No tempo do Era uma vez...
A história vai encantar
É só contar até três
Um... Dois... Três!
Quem é que vai contar?
Todo mundo vai escutar!
O sonho vai começar
E a história vai encantar!
Um... Dois... Três!
No tempo de outro tempo
No tempo do Era uma vez...
A história vai encantar
É só contar até três
Um... Dois... Três!
(A MÚSICA PARA – OS ATORES E O MÚSICO SE POSICIONAM)
ATRIZ: A história vai começar. E essa história aconteceu num tempo muito antigo...
ATOR: No tempo dos avós dos nossos avós...
ATRIZ: Num tempo muito antigo!
MÚSICO: No tempo dos dinossauros?!
ATOR: (PARA O MÚSICO) Também não exagera!
MÚSICO: Mas tem muito tempo que aconteceu essa história, não é?
ATRIZ: Tem! Muito tempo!
ATOR: E você sabe onde aconteceu essa história?
ATRIZ: Sei! Foi num lugar muito... Muito... Muito distante! Um lugar perdido que já foi esquecido!
ATOR: Diz que era uma aldeia que ficava longe de tudo e de todos. No meio do nada. Um lugar perdido no mundo. Como num sonho impossível.
MÚSICO: Tão longe assim? Será que é onde Judas perdeu as botas?
ATOR E ATRIZ: Muito mais longe!
MÚSICO: Será que é onde o vento faz a curva!
ATOR E ATRIZ: Não! Muito mais longe!
MÚSICO: Então é no cafundó do Judas?
ATOR E ATRIZ: Ih! Não chega nem perto!
MÚSICO Então só pode ser no fim do mundo!
ATRIZ: Que nada! É bem depois disso tudo! É muito longe mesmo!
ATOR: Era tão distante, mas tão distante, que a maioria dos habitantes daquela aldeia nunca tinha visto um espelho. Não conheciam a magia dos espelhos!
MÚSICO: Ué?! E como é que eles escovavam os dentes, penteavam os cabelos e se arrumavam?
ATOR: Sei lá! Eles davam um jeito! Mas tinha uma coisa curiosa...
MÚSICO: O que era?
ATRIZ: Nesse mesmo lugarejo existia uma lenda sobre uma casa. Uma grande mansão que era o lugar mais próximo da aldeia.
MÚSICO: Como assim? A aldeia não ficava longe de tudo? Como tinha uma mansão perto?
ATOR: Ela disse próxima! Não disse perto! E mesmo assim nem era tão próxima assim!
MÚSICO: E que mansão era essa?
ATRIZ: Era chamada de Casa dos Espelhos! Um lugar que mantinha um segredo! Um enigma! Será que alguém pode desvendar esse grande mistério?
(A MÚSICA COMEÇA – TODOS CANTAM E DANÇAM)
MÚSICA: A CASA DOS ESPELHOS
Uma casa diferente
Que intriga toda gente
Uma casa misteriosa.
Será que é perigosa?
É a Casa dos Espelhos!
O que é que tem lá?
É a Casa dos Espelhos!
Quem pode me contar?
Uma casa bem secreta
Deve ser coisa de poeta.
Uma casa iluminada.
Será que é encantada?
É a Casa dos Espelhos!
O que é que tem lá?
É a Casa dos Espelhos!
Quem pode me contar?
(A MÚSICA PARA – ATORES E MÚSICO SE POSICIONAM)
ATRIZ: Pois é... Como naquela aldeia não existiam espelhos, ninguém sabia direito o que poderia ter naquela casa.
ATOR: Mesmo assim a lenda era contada e recontada. Os mais velhos contavam aos mais novos que quando envelheciam repetiam a história. E a lenda seguia de boca em boca como tem que ser!
(ATRIZ PEGA UM BONECO ATRÁS DE UMA PERNA CENOGRÁFICA)
ATRIZ: Mas um dia um menino que morava na aldeia, e ouviu essa história desde muito pequeno, teve uma ideia!
MÚSICO: Não vai me dizer que ele resolveu ir a Casa dos Espelhos?
ATOR: Exatamente isso! Ele resolveu descobrir o que tinha na Casa dos Espelhos. Resolveu desvendar o mistério!
ATRIZ: Ele era um rapazinho muito feliz. Ele brincava com todo mundo!
ATOR: Estava sempre de bom humor. Todos da aldeia gostavam dele.
ATRIZ: E esse menino se chamava João!
(A MÚSICA COMEÇA – TODOS CANTAM – A ATRIZ MANIPULA O BONECO)
MÚSICA: JOÃO
Brinca, João! Brinca, João!
Brinca como na canção!
Brinca, João! Brinca, João!
Menino que é só coração!
E corre e pula sem parar!
A alegria não vai acabar!
E dança e canta sem cessar!
Ele não para de sonhar!
Brinca, João! Brinca, João!
Brinca como na canção!
Brinca, João! Brinca, João!
Menino que é só coração!
(A MÚSICA PARA – ATORES E MÚSICO SE POSICIONAM)
ATRIZ: E o garoto cheio de curiosidade resolveu desvendar os mistérios da Casa dos Espelhos. Perguntou pra um e pra outro como chegar a Casa dos Espelhos. (MANIPULANDO O BONECO – PERSONAGEM FALA PARA ATOR) Onde fica a Casa dos espelhos?
ATOR: (FAZ UM PERSONAGEM) Fica pralí! Pralá! E pracolá!
ATRIZ: (MANIPULANDO O BONECO) Pralí! Pralá! E pracolá! Pralí! Pralá! E pracolá! (FALA PARA MÚSICO) Como chego na Casa dos espelhos?
MÚSICO: (FAZ OUTRO PERSONAGEM) Chega assim, assado e ensopado!
ATRIZ: (MANIPULANDO O BONECO) Assim, assado e ensopado! Assim, assado e ensopado! (FALA PARA ATOR) Como eu vou para a Casa dos espelhos?
ATOR: (FAZ OUTRO PERSONAGEM) Vai sorrindo! Vai cantando! Vai sonhando!
ATRIZ: (MANIPULANDO O BONECO) Sorrindo! Cantando! Sonhando! Sorrindo! Cantando! Sonhando! Isso é muito bom!
MÚSICO: O João informou-se direitinho. Fez até um mapa!
ATOR: Ele sabia que o caminho era comprido e se preparou para isso. Mas do jeito dele... Brincando... Cantando... Se divertindo...
MÚSICO: Com toda sua alegria ele começou a sua caminhada.
ATOR: A estrada era bem comprida e o rapaz teve que andar bastante.
MÚSICO: Mas foi cantando pelo caminho!
(TODOS CANTAM UM LÁ-LÁ-LÁ)
ATOR: Inventando brincadeiras!
(ATRIZ MANIPULANDO O BONECO PULA AMARELINHA)
MÚSICO: E cumprimentando com alegria todos que por ele passavam.
(TODAS CUMPRIMENTAM AS PESSOAS DA PLATÉIA DE LONGE)
ATRIZ: O menino decidido foi de cabeça erguida desvendar aquele mistério misterioso intrigante!
TODOS: (JUNTOS) E o João foi pela estrada!
(A MÚSICA COMEÇA – TODOS CANTAM E REALIZAM UMA COREOGRAFIA)
MÚSICA: NA ESTRADA
Na estrada vou cantando
As belezas do lugar!
Vou brincando e sonhando
Eu logo vou chegar!
Na estrada vou falando
Coisas boas do lugar!
Vou sorrindo e encantando
Eu logo vou chegar!
Na estrada vou dançando
Melodias do lugar!
Vou gingando e saltitando
Eu logo vou chegar!
(A MÚSICA PARA – ATORES E MÚSICO SE POSICIONAM. ATRIZ MANIPULA O BONECO)
ATOR: E nessa felicidade ele foi caminhando pela estrada. Dessa forma a estrada que era comprida...
MÚSICO: Ficou mais curta e o menino logo chegou ao seu destino.
ATOR: De longe ele viu uma casa grande e muito bonita!
ATRIZ: Linda demais! A casa tinha com janelas enormes em toda volta. Mas... Cadê a casa?
ATOR: Peraí!
MÚSICO: Onde você vai? Vai pegar a casa?
(ATOR PEGA UM ADEREÇO ATRÁS DA PERNA CENOGRÁFICA E MOSTRA A CASA)
ATOR: Tá aqui a casa!
ATRIZ: Opa! Tá legal! Então vamos lá: De longe ele viu uma casa grande e muito bonita com janelas enormes em toda volta. E um jardim fantástico bem na frente enfeitava mais o lugar. Mas... Cadê o jardim?
ATOR: Ah! Peraí!
(ATOR TIRA UMA FLOR DO BOLSO E COLOCA NA FRENTE DA CASA)
ATOR: Olha o jardim!
MÚSICO: Mas esse é o jardim? Uma flor?
ATOR: Finge que é! Use a imaginação!
ATRIZ: Taí! Boa ideia! Então vamos do começo: De longe ele viu uma casa grande e muito bonita com janelas enormes em toda volta. E um jardim fantástico bem na frente enfeitava mais o lugar.
MÚSICO: Que lindo!
ATRIZ: Eram flores e aromas deliciosos.
ATOR: Borboletas coloridas bailavam por todo lado.
MÚSICO: Era uma festa para os olhos.
ATOR: E o João falou:
ATRIZ: (MANIPULANDO O BONECO) Que lugar maravilhoso! Parece um sonho! Uma satisfação!
ATOR: Cheio de curiosidade e alegria o João foi andando na ponta do pé até uma das janelas. Ele enfiou a cara no vidro...
ATRIZ: Mas essa janela é muito pequena para o João enfiar a cara!
ATOR: É mesmo, né? Peraí!
MÚSICO: O que será que você vai arrumar agora?
(ATOR GUARDA O ADEREÇO DE CASA ATRÁS DA PERNA CENOGRÁFICA E PEGA UMA JANELA – O ADEREÇO TEM ESPELHOS NO LUGAR DOS VIDROS)
ATOR: (MOSTRANDO) Olha a janela!
ATRIZ: Ah! Que beleza! Agora assim! Pode continuar!
ATOR: Cheio de curiosidade e alegria o João foi andando na ponta do pé até uma das janelas. Ele enfiou a cara no vidro...
ATRIZ: (MANIPULANDO O BONECO) E o João viu lá dentro um monte de meninos sorrindo como ele. (PARA A PLATÉIA) Cadê o sorriso, gente!
(OS TRÊS SORRIEM E PUXAM SORRISOS DA PLATÉIA – PODEM FAZER COMETÁRIOS SOBRE OS SORRISOS)
ATRIZ: (MANIPULANDO O BONECO) O rapazinho ficou tão contente que acenou com vontade e todos os meninos, dentro da casa, também acenaram imediatamente. (PARA A PLATÉIA) Vamos lá, gente! Acenando!
(OS TRÊS ACENAM E PUXAM ACENOS DA PLATÉIA – PODEM FAZER COMETÁRIOS SOBRE OS ACENOS – ATOR GUARDA O ADEREÇO DE JANELA)
ATRIZ: Ele não conseguiu falar com nenhum daqueles meninos, mas voltou mais feliz ainda para sua aldeia. Voltou confiante com a descoberta que ele tinha feito!
(A MÚSICA COMEÇA – TODOS CANTAM E REALIZAM UMA COREOGRAFIA)
MÚSICA: NA ESTRADA
Na estrada vou cantando
As belezas do lugar!
Vou brincando e sonhando!
Eu logo vou voltar!
Na estrada vou falando
Coisas boas do lugar!
Vou sorrindo e encantando!
Eu logo vou voltar!
Na estrada vou dançando
Melodias do lugar!
Vou gingando e saltitando!
Eu logo vou voltar!
(A MÚSICA PARA – OS ATORES E MÚSICO SE POSICIONAM)
ATOR: Ao chegar lá, abriu um grande sorriso e contou para todo mundo:
ATRIZ: (MANIPULANDO O BONECO – FALA PARA A PLATÉIA) Fui até a Casa dos Espelhos! É um lugar maravilhoso. Uma casa grande e bonita com um jardim fantástico. Dentro da casa muitos meninos felizes. É um paraíso!
MÚSICO: Ah! Que beleza! Todos do lugar ficaram encantados! Felizes! Todo mundo fez uma grande festa! (REPARA NO ATOR QUE BALANÇA A CABEÇA NEGATIVAMENTE) Que foi? Não ficou todo mundo feliz?
ATOR: Nem todo mundo...
(ATRIZ GUARDA O BONECO DO JOÃO. PEGA OUTRO BONECO E ENTREGA AO ATOR)
MÚSICO: Mas quem é que não ficou feliz? Quem é esse desmancha prazeres?
ATOR: (MANIPULANDO O BONECO) Esse menino aqui é que não gostou. Ele vivia também na aldeia e tinha sempre a cara emburrada. E sabe como é o nome dele?
ATRIZ: Não faço ideia!
ATOR: João!
MÚSICO: Outro João?
ATOR: Mas esse João era diferente. Era conhecido como Joãozão!
(A MÚSICA COMEÇA – TODOS CANTAM E REALIZAM UMA COREOGRAFIA. ATOR MANIPULA O BONECO)
MÚSICA: JOÃOZÃO
Eita, João! O Joãozão!
Só faz bagunça e confusão!
Eita, João! O Joãozão!
Um paspalhão! Um bobalhão!
É mal educado! Endiabrado!
É mal criado e desbocado!
É enjoado e irritado!
É emburrado e enfezado!
Eita, João! O Joãozão!
Só faz bagunça e confusão!
Eita, João! O Joãozão!
Um paspalhão! Um bobalhão!
E grita! E maltrata!
E faz cara feia!
A todos destrata!
Ele só aperreia!
Eita, João! O Joãozão!
Só faz bagunça e confusão!
Eita, João! O Joãozão!
Um paspalhão! Um bobalhão!
(A MÚSICA PARA – ATORES E MÚSICO SE POSICIONAM)
ATRIZ: O Joãozão estava o tempo todo de mau humor.
MÚSICO: Não brincava! Não sorria!
ATRIZ: E brigava por qualquer coisa. Uma coisinha de nada... Virava uma confusão!
MÚSICO: Ele ouviu a história da Casa dos espelhos e não gostou!
ATRIZ: O Joãozão não acreditou no João e falou assim:
ATOR: (MANIPULANDO O BONECO) Duvido que seja assim! Não pode ser essa felicidade toda! Isso não existe! Tem coisa estranha aí! Só pode ser! Tem angu nesse carroço...
ATRIZ: Peraí... Não é o contrário: Tem carroço nesse angu?
ATOR: É que o Joãozão é do contra! (MANIPULANDO O BONECO – FALA PARA MANIPULADORA 2) Eu falo do jeito que eu quiser!
ATRIZ: Ih! Desculpe!
ATOR: Voltando: (MANIPULANDO O BONECO) Duvido que seja assim! Não pode ser essa felicidade toda! Isso não existe! Tem coisa estranha aí! Só pode ser! Tem angu nesse carroço! (PARA A ATRIZ E O MÚSICO) Não tem?
ATRIZ: Se você tá dizendo...
MÚSICO: Se você tá falando...
ATOR: É isso aí! Eu tô dizendo! Não acredito mesmo! Tem que provar! Só vendo para crer!
ATRIZ: E o menino resolveu ir até a Casa dos Espelhos. Perguntou pra um e pra outro como chegar a Casa dos Espelhos.
ATOR: (MANIPULANDO O BONECO – PERSONAGEM FALA COM RAIVA PARA O MÚSICO) Onde fica a Casa dos espelhos?
MÚSICO: (FAZ UM PERSONAGEM) Sai pralí! Sai pralá! Sai pracolá!
ATOR: (MANIPULANDO O BONECO) Pralí! Pralá! Pracolá! Que resposta mais maluca! (MANIPULANDO O BONECO – PERSONAGEM FALA COM RAIVA PARA ATRIZ) Ei! Você aí! Como chego na Casa dos espelhos?
ATRIZ: (FAZ OUTRO PERSONAGEM) Não chega assim! Nem assado! E nem ensopado!
ATOR: (MANIPULANDO O BONECO) Assim! Assado e ensopado! Isso não tem pé nem cabeça! (MANIPULANDO O BONECO – PERSONAGEM FALA COM RAIVA PARA O MÚSICO) Ei! Você aí! Responde direito: Como eu vou para a Casa dos espelhos?
MÚSICO: (FAZ OUTRO PERSONAGEM) Desconjuro! Pé de pato! Mangalô três vezes!
ATOR: (MANIPULANDO O BONECO) Desconjuro? Pé de pato? Mangalô três vezes? Assim não dá! Eu nunca vou chegar! Eu vou descobrir de qualquer jeito!
ATRIZ: Demorou um pouco pra ele descobrir...
MÚSICO: Também... Pedindo informação desse jeito...
ATRIZ: Mas o Joãozão se informou direitinho. Ele até rabiscou um mapa!
MÚSICO: Um garrancho horroroso!
ATRIZ: Ele ficou mais irritado porque sabia que o caminho era comprido e se preparou para isso. Mas do jeito dele... Xingando... Reclamando... E brigando...
MÚSICO: Com todo esse mau humor ele começou a sua caminhada.
ATRIZ: A estrada era bem comprida e o rapaz teve que andar bastante.
MÚSICO: Mas foi inventando xingamentos!
ATOR: (INVENTANDO XINGAMENTO) SPOTNINGUEMINEM!
ATRIZ: (ESPANTADA) O que é isso?
ATOR: (INVENTANDO XINGAMENTO) XOGOLONGODOM!
MÚSICO: (ESPANTADA) Pelo amor de Deus...
ATOR: (INVENTANDO XINGAMENTO) TUNGA – LALUNGA – TUNGA - DUM!
ATRIZ: (ESPANTADA) Assim não dá!
ATOR: (INVENTANDO XINGAMENTO) TRONGUE – BELONGUI - PORORONGUE! PIRIQUI – PIRIRIQUI- PIQUE - PIQUE!
ATRIZ E MÚSICO: E foi fazendo bagunça!
(ATOR, MANIPULANDO O BONECO, PULA AMARELINHA DE UM JEITO BEM ATRAPALHADO)
ATRIZ: E brigando com todos que por ele passavam.
(ATOR MOVIMENTA O BRAÇO DO BONECO COMO SE ELE ESTIVESSE BRIGANDO E MÚSICO TAMBÉM SE MOVIMENTA COMO SE BRIGASSE – O BONECO DÁ UM SOCO NO MÚSICO QUE CAI NOCAUTEADO)
ATOR: O garoto decidido foi de cabeça erguida desvendar aquilo que ele achava que era a mentira mais mentirosa e fajuta!
ATRIZ E MÚSICO: (JUNTOS) E assim o Joãozão foi pela estrada!
(A MÚSICA COMEÇA – TODOS CANTAM E REALIZAM UMA COREOGRAFIA)
MÚSICA: NA ESTRADA
Na estrada vou reclamando
De todas as coisas do lugar!
Vou brigando e xingando
Nem sei se vou chegar!
Na estrada vou reparando
Nas tristezas do lugar!
Vou zangando e esbravejando
Nem sei se vou chegar!
Na estrada vou pisando
Nas flores do lugar!
Vou socando e chutando
Nem sei se vou chegar!
(A MÚSICA PARA – ATORES E MÚSICO SE POSICIONAM. ATOR MANIPULA O BONECO)
ATRIZ: Foi com todo esse mau humor até a Casa dos Espelhos.
MÚSICO: A estrada era comprida e ele foi andando pelo caminho.
ATRIZ: Mas foi resmungando, olhando tudo com cara feia e reclamando o tempo todo.
MÚSICO: Dessa forma a estrada que era comprida...
ATRIZ: Ficou muito mais comprida. Quando chegou ao lugar ele viu a grande casa...
ATOR: (MANIPULANDO O BONECO FALA COM RAIVA PARA MANIPULADORA 2) Cadê a casa?
ATRIZ: Calma, Joãozão! Já vou pegar!
ATOR: (MANIPULANDO O BONECO FALA COM RAIVA) Não demora, não!
(ATRIZ PEGA UM ADEREÇO ATRÁS DA PERNA CENOGRÁFICA E MOSTRA A CASA)
ATRIZ: Tá aqui a casa, Joãozão!
ATOR: (MANIPULANDO O BONECO FALA COM RAIVA) Essa é a casa? Que coisa horrível! Não falei? A casa nem é bonita. E esse monte de janelas? Pra quê tanta janela? Isso deve dar um trabalho danado para limpar. (REPARANDO FALA PARA ATRIZ) Cadê o jardim?
ATRIZ: Ai! Peraí! (FAZ COMO SE PROCURASSE A FLOR)
ATOR: (MANIPULANDO O BONECO FALA COM RAIVA) Vê se não vai demorar!
MÚSICO: Eu sei como resolver!
(MÚSICO TIRA UMA FLOR DO BOLSO E COLOCA NA FRENTE DA CASA)
MÚSICO: Olha o jardim, Joãozão!
ATOR: (MANIPULANDO O BONECO FALA COM RAIVA) Mas esse é o jardim? Uma flor?
MÚSICO: Finge que é! Use a imaginação!
ATOR: (MANIPULANDO O BONECO FALA COM RAIVA) Imaginação é a...
ATRIZ: (INTERROMPENDO) Joãozão! Olha a boca! (APONTA PARA A PLATÉIA) Respeita o pessoal!
ATOR: (MANIPULANDO O BONECO) Tá bom! Mas não vou usar imaginação coisa nenhuma! Isso é coisa de maluco! E nem precisa, né?! Esse jardim só pode ser horroroso mesmo!
MÚSICO: Credo! O Joãozão achou tudo muito feio e muito exagerado.
ATRIZ: O zangado foi na ponta do pé com seu mau humor e olhou para dentro da casa por uma das janelas.
ATOR: (MANIPULANDO O BONECO FALA COM RAIVA) Essa janela é muito pequena! Eu não posso olhar por essa janela!
ATRIZ: Tá legal! Peraí!
ATOR: (MANIPULANDO O BONECO FALA COM RAIVA PARA MANIPULADORA 2) Anda logo! Tem que ser uma janela grande!
(ATRIZ GUARDA O ADEREÇO DE CASA ATRÁS DA PERNA CENOGRÁFICA E PEGA UMA JANELA – O ADEREÇO TEM ESPELHOS NO LUGAR DOS VIDROS)
ATRIZ: (MOSTRANDO) Olha a janela!
ATOR: (MANIPULANDO O BONECO FALA COM RAIVA) Agora assim! Agora vou ver o que tem de verdade nessa Casa dos Espelhos! Pode continuar!
MÚSICO: O zangado foi na ponta do pé e olhou para dentro da casa por uma das janelas.
ATRIZ: Lá dentro o Joãozão viu um monte de meninos com cara amarrada. O menino zangado não gostou daquilo e fez uma careta bem feia para eles.
ATOR: E imediatamente todos os meninos fizeram caretas também. (PARA A PLATÉIA) Cadê as caretas, gente!
(OS TRÊS FAZEM CARETAS E PUXAM CARETAS DA PLATÉIA)
ATRIZ: (APONTANDO) Nossa! Olha aquele ali! Credo!
MÚSICO: Uma coisa horrível. Desconjuro!
ATOR: Pé de pato!
ATRIZ: Mangalô três vezes!
ATOR: Eram tantas as caras feias que o garoto saiu correndo assustado.
(OS TRÊS CORREM PELO PALCO – MÚSICA COMEÇA – OS TRÊS CANTAM E REALIZAM UMA COREOGRAFIA)
MÚSICA: NA ESTRADA
Na estrada vou reclamando
De todas as coisas do lugar!
Vou brigando e xingando
Nem sei se quero voltar!
Na estrada vou reparando
Nas tristezas do lugar!
Vou zangando e esbravejando
Nem sei se quero voltar!
Na estrada vou pisando
Nas flores do lugar!
Vou socando e chutando
Nem sei se quero voltar!
(A MÚSICA PARA – ATORES E MÚSICO SE POSICIONAM)
ATRIZ: De volta a aldeia ele foi logo reclamando com o outro:
ATOR: (MANIPULANDO O BONECO FALA COM RAIVA PARA A PLATÉIA) Mentiroso! Naquela casa só tem gente feia e que faz careta! Não gostei mesmo!
(ATOR ENTREGA O BONECO PARA ATRIZ. ELA GUARDA O BONECO, PEGA OUTRO E ENTREGA PARA O ATOR)
ATOR: Um velho ouviu a história dos dois meninos. Ouviu e pensou bastante sobre o assunto. Ele era um dos poucos na aldeia que conhecia o mágico poder de um espelho.
MÚSICO: Depois de muito pensar, o velho deu um leve sorriso e disse baixinho do alto da sua sabedoria:
ATOR: (COMO O PERSONAGEM) A casa dos espelhos é como a vida. Que olha para gente do jeito que a gente olha para ela.
ATRIZ: A casa dos espelhos é como a vida. Que olha para gente do jeito que a gente olha para ela.
MÚSICO: A casa dos espelhos é como a vida. Que olha para gente do jeito que a gente olha para ela. Será que o João e o Joãozão entenderam o recado?
ATOR: Eu acho que sim! Eles perceberam que cada um é de um jeito!
ATRIZ: E que ninguém é uma coisa só! Não é só feliz ou só zangado! A gente é muitas coisas!
ATOR: O João entendeu que não precisava ser feliz o tempo todo. Ninguém é assim. A gente tem o direito de acordar de vez em quando meio irritado. Desde que não atrapalhe as pessoas.
MÚSICO: E o Joãozão entendeu?
ATRIZ: Claro que sim! Ele percebeu que não precisava ficar brigando o tempo todo. Isso é muito chato! Ninguém é uma coisa só. Ele relaxou e viveu mais tranquilo.
ATOR: Os dois entenderam que o mais importante é viver a vida!
MÚSICO: Então...
JUNTOS: VIVA A VIDA!
(A MÚSICA COMEÇA – OS TRÊS CANTAM E REALIZAM UMA COREOGRAFIA)
MÚSICA: VIVER A VIDA
Viver a vida! Viver a vida!
É andar numa estrada
A estrada mais comprida!
É seguir sempre em frente
Com a cabeça erguida!
Viver a vida! Viver a vida!
É dançar numa festa
A festa mais colorida!
É colocar na balança
Para a justa medida!
Viver a vida! Viver a vida!
É dar num sorvete
Uma boa lambida!
É encontrar a pessoa
Aquela mais querida!
Viver a vida! Viver a vida!
É contar uma história
A mais divertida!
E pedir um aplauso
De forma agradecida!
Viver a vida! Viver a vida!
Viver a vida! Viver a vida!
Viver a vida! Viver a vida!
Viver a vida! Viver a vida!
FIM